Resolução Espectral


Salvo o caso de algumas plataformas russas, os satélites espaciais não t iram fotos da superfície terrestre. Eles geram imagens digitais a partir da refl exão da luz solar sobre o planeta ou a partir de sistemas ativos embarcados, com o os radares imageadores. Não cabe aqui uma explicação detalhada sobre os aspect os físicos desses processos de obtenção de imagens. Mas o fato é que a gama da r esolução espectral de observação da Terra também aumentou significativamente e d e forma operacional nos últimos dois anos.

A noção de resolução espectral tornou-se realidade com os satélites da s érie LANDSAT (Land Remote Sensing Satellite), iniciada em 1972. Ela teve seqüênc ia com os LANDSAT 2, 3, 4 e sobretudo com o LANDSAT 5 ou TM (Thematic Mapper). O principal objetivo do LANDSAT 5 foi o mapeamento multiespectral em alta resoluç ão da superfície da Terra. Esse foi e é de longe o sistema orbital mais utilizad o no mapeamento da dinâmica espaçotemporal do uso das terras e em todas as aplic ações decorrentes. A antena do INPE em Cuiabá recebe de forma contínua imagens d e todo o território nacional, desde os anos setenta, e isso constitui um enorme e único acervo de dados sobre o país. Nessa mesma estratégia de imageamento insc revem-se vários satélites e particularmente o SPOT, cujas imagens também são rec ebidas em Cuiabá.

Hoje os satélites fornecem imagens dentro de uma ampla gama de valores r adiométricos que incluem o espectro visível, o infravermelho próximo, o infraver melho distante, o ultravioleta e as microondas (radar) em vários tamanhos e pola rizações. Vários satélites radar estão operando com sucesso, em particular o ERS , o JERS e o RADARSAT. Eles são particularmente interessantes para o monitoramen to de áreas onde existe a presença constante ou freqüente de nuvens. A atmosfera é totalmente transparente para o imageamento radar e imagens podem ser obtidas de forma constante e regular. As imagens radar são extremamente sensíveis a qual quer alteração na rugosidade da superfície terrestre. Desmatamentos, mesmo peque nos, podem ser detectados com eficiência. O RADARSAT, por exemplo, é capaz de co brir toda a superfície terrestre, com flexibilidade para atender requisições esp ecíficas, dependendo do modo de operação do radar de abertura sintética. A resol ução espacial das imagens, em modo fino de operação, pode ser muito grande: 9 me tros! O que o Projeto RADAM levou anos para executar, através de um radar aerotr ansportado, o RADARSAT executa em questão de dias, com uma resolução espacial mu ito superior. Trata-se de um dos mais sofisticados e completos sistemas de obser vação radar do planeta. Todavia o custo dessas imagens é bastante elevado. A ECO FORÇA tem acompanhado o programa de validação realizado na Amazônia.

Finalmente, o número de países construindo, lançando e operando sistemas orbitais também tem aumentado, diversificando as fontes de informação, reduzind o o custo das imagens e o tempo de fornecimento dos dados. No caso do Brasil, o lançamento previsto para o primeiro semestre de 1998 do CBERS, satélite sino-bra sileiro de recursos naturais deverá ampliar ainda mais esse cenário e viabilizar aplicações no Brasil, cuja natureza exigia a existência de um satélite nacional . O programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite ou Satélite Sino-Bras ileiro de Recursos Terrestres), agrega a capacidade técnica e os recursos financ eiros da China e do Brasil para estabelecer um sistema completo de sensoriamento remoto competitivo e compatível com as necessidades internacionais. Foi projeta do para uma cobertura global, ampliando e complementando os sistemas de sensoria mento remoto já em operação. A diversidade de instrumentos sensores com diferent es resoluções espaciais e freqüência de coleta de dados, é uma característica ex clusiva do CBERS, que tem seu lançamento previsto para início de 1998.